domingo, 13 de setembro de 2009

Maca-béa!




Tenho me sentido Macabéa... aquela nordestina da obra de Clarice Linspector... Pra quem não leu ainda, fica a dica - ler A Hora da Estrela - ... fala de existência, da não-compaixão humana, realidade nua e crua aos olhos de quem pode ver...

Um grito ensanguentado no fim do túnel...





Eis um trecho:

" (Quanto a escrever, mais vale um cachorro vivo.)

Devo registrar aqui uma alegria. É que a moça num aflitivo domingo sem farofa teve uma inesperada felicidade que era inexplicável: no cais do porto viu um arco-íris. Experimentando o leve êxtase, ambicionou logo outro: queria ver, como uma vez em Maceió, espocarem mudos fogos de artifício. Ela quis mais porque é mesmo uma verdade que quando se dá a mão, essa gentinha quer todo o resto, o zé povinho sonha com fome de tudo. E quer mais sem direito algum, pois não é? Não havia meio - pelo menos eu não posso - de obter os multiplicantes brilhos em chuva chuvisco dos fogos de artifício.

...

Se a moça soubesse que minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza e que tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose. Neurose de guerra. "






Também ví o arco-íris.

Será colorido da outra vez?

Não sei, vou esperar...




pontos, muitos pontos de interrogação agora, no já...


bjos...

Lolita!!!!!!!!!

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