sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lê, não lê!





Ela tem olhos de índia, cor de mel, cor puro âmbar.
Mas é Má, infinitamente Má.
Te mantém trancado na torre mais alta do último recanto do país.
Lá onde derramou-se leite ao invés de sangue.
Chove todo dia e você, pobre inocente, imbecil que é, não consegue descer.
Alimentam-se de insegurança, de porradas conferidas um ao outro, dia após dia.
Bebem o líquido que brota de seus corpos suados, cansados.
É um latejar constante.
Um piora a doença do outro. Um é o veneno do outro.
Vão matando-se aos poucos.
Má, muito Má.
Eu espero, que nesta noite chuvosa, você receba notícias minhas pelo mensageiro que mandei.
Lê devagar e saboreia as palavras que te escreví entre raios e trovões dentro de uma casa completamente destruída. São palavras furiosas, sanguinárias. Maldições de todo tipo.
Mas palavras não fazem mau a ninguém. E agir, a essa altura do campeonato é covardia. Deixo que se matem. Se estrangulem escada abaixo. Que ela te aperte dia após dia, com sua pele escamosa, entre seus anéis, até devorá-lo completamente, víbora que é.
Bruxa e Má, agora sou eu. A princesa do conto de fadas foi trocada pela madrasta, Má. Mar e Ana.
Daqui ouço o gemido de cães no cio dos dois.
É uma pena. Você desceu por pouco tempo, sorriu, e mostrando ser um covarde pau no cu, voltou pra aquela que tem gosto de ciúme e desespero.
Quanto ao bilhete, esquece.
Não lê mais. Joga fora ou engole se quiser.
Teu suicídio é lento e doloroso. Que assim seja.
Sofrimento, ódio e desespero.
Muitas infelicidades aos dois.


Atenciosamente

só eu,

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