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As bolas e as cores...

Lembrei de vestir aquele pretinho de bolinhas brancas na noite de hoje.
Estava tranquila até. Aquele sem rosto e sem personalidade que me tirava pra dançar.
Noite gelada, bebida quente. Aquele rosto definitivamente não tem personalidade.
E não entendeu quando disse que não sei dançar.
Não entendeu que não era com o vazio que queria estar.
Não era aquele rosto.
E novamente, sem personalidade.
Fui embora juntando as bolas que caiam no caminho. Algumas escaparam, é verdade, mas amanhã eu volto pra buscar.
Correr...Remoer...
Fiquei toda negra.
Sentei na calçada como de costume pra pensar. Não era aquilo, não era aquele.
Eu queria estar gerando e sendo gerada.
Na verdade a noite era quente, e a gelada sou eu.
Definitivamente.
Quero um mundo de verdades. Quero um mundo só meu. E sem ter que cair na loucura para isso. Se bem que por estes dias, tudo é loucura.
Não era com ele e nem com aquilo. A situação embaraçosa. O como dizer não.
E como dói não ser lembrada. E como dói não ser tocada. E como dói doer. E como dói sorrir a pessoas sem nexo.
Doer a vida, doer a morte.
Doer a mente, doer a navalha.
Sentir que a cada desilusão me vem mais um corte.
Retalhos de um corpo magro e que sangra constantemente. Perpetuamente. Repugnantemente.
E pensar que nesta noite, poderia ter sido o vermelho coberto de flores.

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